Quem sou eu

Sou um cara que ama a vida e tudo que ela tem a oferecer. Praticante de esportes de aventura, apaixonado por todo tipo de esporte que trabalhe a mente e o corpo de forma una e eletrizante. Degustem á vontade!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Um dia de trabalho

São três horas da manhã, há dias que essa tortura começou. Felizmente em algumas horas ela irá acabar. Isso ocorre sempre que pego um novo serviço com o Alcides. A ansiedade me domina, e com seu sadismo vai me acabando até o último instante. Estou deitado no carpete no meio da sala observando o teto, a escuridão difusa, torna o forro branco em uma outra cor indefinível, que agrada os meus olhos. Minha mente imagina um cripta egípcia, um passo errado, uma armadilha ativada, os grandes blocos laterais vão se aproximando e o superior vai descendo lentamente, apreciando cada segundo do meu desespero de condenado. Desperto do devaneio e volto a minha odiosa realidade. Aqui, no mundo real, é bem pior, nesses dias de ansiedade aguda, eu desenvolvo a claustrofobia, esta aliada á minha ansiedade faz com que eu sinta as paredes de minha sala se fechando, vão crescendo pouco a pouco, uma taquicardia me domina, o suor escorre como uma cascata em minha testa. Depois voltam a posição inicial e com uma frieza cruel começam novamente a sessão de tortura. Uma sensação de alívio domina meu corpo, ao ver pela fresta da porta que o sol já está nascendo. Vou ao banheiro lavar o rosto, preciso agilizar por que não poderei ir com o meu carro, irei de ônibus. O meu banheiro tem vários espelhos, narcisista que sou, há vários outros espalhados por toda a casa. Observando meu rosto, meu corpo nu, analiso cada traço, cada curva, cada músculo, E me lembro dos bons momentos em que me torno amante fiel do querido supino. Faço caretas diante do espelho, direciono minha língua em várias direções. Isso me faz lembrar de uma conversa que eu tive com um amigo meu anos atrás, ele era um educador físico, e sempre dava alguma lição de boa saúde para os seus amigos. Comentou comigo que o sexo oral era bom não só pelo prazer que o homem ou a mulher poderiam ter, mas também pela quantidade de músculos que são trabalhados durante o ato, enrijecendo sua pele, evitando as rugas, fazendo-o parecer sempre jovial. Desde esse dia passei a praticar o ato em mulheres com muito mais freqüência. As pessoas que me visitam não sabem, mas muito dos meus espelhos possuem câmeras por trás delas, tenho uma enorme coleção de vídeos transando na cozinha, na sala, no quarto, e até no banheiro. Nossa, perdi noção do tempo, devo ter ficado me olhando no espelho por mais de meia hora, tomo um banho rápido, saio do banheiro e corro para meu quarto, molhando toda a sala. Pego meu terno e o visto, fico muito elegante nele, me cai muito bem. Apanho uma maletinha que estava guardada dentro do cofre, abro-a e analiso aquela arma, uma Mini Uzi negra, dois carregadores enormes, deviam caber mais de 30 balas em cada uma delas, essas balas de 9mm pontiagudas devem fazer muito estrago. Mesmo assim, ainda prefiro meu Colt Anaconda Magnum .44, cano longo, cromado, três janelas , um verdadeiro monstro, nunca me deixou na mão, mas o Alcides é o tipo inovador, e eu sigo o que ele manda, e mesmo meu Colt não daria conta do serviço que estava prestes a executar. Fecho a maleta, coloco meu Colt Sob o Paletó e saio. Não posso ir com o meu carro, precisarei roubar um, pegarei um ônibus até o Plano-Piloto e lá eu arrumo um. O ponto às sete horas aqui em Taguatinga está lotado, pouco provável que eu arrume alguma poltrona para me sentar. O ônibus que eu esperava chega, e parte da pequena multidão que se encontrava no ponto sobe junto comigo. As pessoas me olham estranho, não é comum um homem com os meus trajes pegando ônibus, no mínimo pensam que devem ter assaltado meu carro recentemente. Fico travado na roleta, não da mais para avançar, o ônibus ta abarrotado. Observo maravilhado algo que ocorre ao meu lado, uma criança, que não deve ter mais que dois anos, chora no colo da mãe quando esta afasta uma nota de dinheiro de perto dele, quando aproxima a nota ele se acalma. Fico imaginando o que ele fará quando crescer para conseguir o dinheiro que já cobiça ainda tão criança, com certeza irá usar métodos mais persuasivos do que apenas chorar.

Aos poucos o ônibus vai se esvaziando, arrumo uma poltrona vazia perto do fundo, bem atrás de mim um grupo de jovens com moletons e bonés com abas retas fazem algazarra e cantam Rap em voz alta, incomodam, mas ninguém reclama, medo talvez, mexer com a malandragem não traz lucro. Noto que eles cochicham e falam sobre mim, me irrito com isso, mas mantenho o controle, poderia fazer uma chacina ali se eu quisesse, mas não teria lucro algum com isso. Decido descer antes do meu ponto, para evitar maiores problemas. Pego um taxi para a Esplanada dos Ministérios, adoro aquele lugar, sinto imenso prazer em apreciar a arquitetura de Niemeyer, e imaginar J.K ali há mais de 50 anos dando vida a este lugar. Mas não posso me demorar, vou procurar por um carro que me apeteça por aqui mesmo. Em um estacionamento um casal discute calorosamente dentro de um Land Rover, me aproximo e aponto meu Colt. “Saiam do carro, não falem nada, e corram assim que saírem”. Eles obedecem, e sem maiores problemas tomo o volante e saio do estacionamento, sigo até o Eixo monumental, os alvos estão na asa sul, segundo o Alcides estarão os 5 em um posto de combustíveis na W3 Sul. Não demoro a chegar, o trânsito está fluindo bem hoje. Estaciono o carro e vou para a lanchonete da loja de conveniência, como Alcides me passou, os 5 estavam sentados na lanchonete e conversavam animadamente. Peço um suco de laranja á garçonete, me sento duas mesas de distância, coloco a maleta sobre a mesa, abro-a, sem eles perceberem, encaixo um carregador, destravo e me levanto, disparo contra o grupo, todos tentam fugir, mas caem logo em seguida, um deles consegue correr até a porta de saída, eu o atinjo nas costas. Vou a cada corpo e me certifico que estão mortos, a lanchonete, os funcionários do posto, todos sumiram ao ouvir os disparos. Vou embora em seguida, a polícia chegará em breve.